Fóssil
raro achado em solo gaúcho
13
de Janeiro 2009
Crânio
de cinodonte seria um dos mais completos do mundo
Mais um pedaço da pré-história
foi desencavado de solo gaúcho.
Pesquisadores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) de Cachoeira
do Sul descobriram no interior de Dona Francisca, na Região
Central, um crânio de cinodonte que pode ser um dos mais
completos já descobertos no mundo. A importância
do achado é que se trata de um crânio quase inteiro
de uma espécie pouco conhecida no Brasil.
O fóssil está articulado à
mandíbula e tem toda a dentição. Batizado
de Ulbra PVT-049, foi encontrado em julho passado, impregnado
em uma rocha, à margem de um açude construído
para reter água de uma lavoura de arroz.
A descoberta só foi divulgada agora, após estudos
de confirmação da espécie. A análise
apontou-o como sendo idêntico ao Luangwa, existente na África.
Agora, a localização dele no Brasil reforça
a teoria da união de todos os continentes durante o período
Triássico – a chamada Pangea.
– Esse animal é um viajante de cerca
de 240 milhões de anos. É um fenômeno para
a Paleontologia – comemora o professor do Departamento de
Paleontologia da Ulbra, Sérgio Furtado Cabreira, mestre
e doutorando na área.
No Rio Grande do Sul já se tornou comum encontrar fragmentos
cranianos de fóssil, mas é a primeira vez que se
encontra um exemplar tão completo. Os pesquisadores acreditam
que 95% da estrutura do crânio tenha sido preservada. A
descoberta permitirá estudos mais aprofundados.
– Vai nos ajudar a entender ainda mais o
cenário daquele período e a forma como eram as comunidades
e a convivência entre os herbívoros e carnívoros.
É um avanço – comenta a professora do Departamento
de Paleontologia e Estratigrafia da UFRGS, doutora Marina Bento
Soares.
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SEÇÃO PALEONTOLOGIA
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